AUTORIDADES E COMITÊS DE CRISE PRECISAM INCLUIR A ATENÇÃO DOMICILIAR À SAÚDE EM ESTRATÉGIAS, ALÉM DOS HOSPITAIS E UNIDADES DE ATENDIMENTO!
No enfrentamento à pandemia de coronavírus, todos os elos da cadeia de Saúde devem ser considerados para que, juntos, sejamos capazes de atuar e ultrapassar, da melhor forma possível, este momento tão delicado!
Como entidade representativa das empresas de Atenção Domiciliar, a SINESAD manifesta preocupação com medidas já anunciadas ou em estudo, reafirmando que cada decisão das autoridades desencadeia ações que impactam diretamente no resultado da Atenção à Saúde como um todo e, portanto, é fundamental que o setor (Atenção Domicliar) seja considerado.
Não se trata apenas de hospitais e unidades de saúde!
Ao longo dos últimos anos, a Atenção Domiciliar à Saúde tem sido parte importante para a sustentabilidade do sistema, auxiliando na liberação de leitos nos hospitais e reduzindo filas de atendimento. Prova disso é o resultado de um Censo dm 2018 encomendado por instituições à Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas/USP), que apontou que “no caso da extinção do setor, seriam necessários 16.228 leitos adicionais ao ano para que a rede hospitalar absorvesse a demanda de pacientes (equivalente ao total de leitos do Estado de Santa Catarina)”.
Por exemplo, quanto a paralisação dos transportes – já anunciada em alguns municípios e estudada em outros – é a interrupção de um serviço essencial e coloca em risco os setores de Saúde e Segurança Pública. Da mesma forma que a interdição de rodovias impede o transporte de insumos médico-hospitalares essenciais. Quanto ao transporte público, não basta cadastrar os profissionais que atuam em hospitais, já que o setor da saúde se extende também e principalmente ao ambiente domiciliar (Home Care).
Milhares de pacientes são atendidos em Internações Domiciliares no país graças à permanência de equipes de profissionais como técnicos de enfermagem que se revezam, pelo menos 2 vezes ao dia, nos domicílios, dependendo do transporte público. Pela descentralização dos leitos domiciliares e das moradias dos profissionais, não existem alternativas para a sua mobilidade.
Outro exemplo é o da telecomunicação. Agora, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações e o Sinditelebrasil montam comitês de crise e anunciam que serão definidas medidas para garantir o funcionamento da rede e reforçar a estrutura de conectividade, priorizando a conexão de hospitais e unidades de saúde. Até aqui, excelente!!!! A pergunta que fica é: e os domicílios???
Não incluir medidas como essa na residência do paciente é o mesmo que matar o paciente!
Como acionar a equipe de emergência? Como chamar a ambulância para fazer a transferência para o domicílio ou para o hospital? Como acionar um especialista, exemplo, do fisioterapeuta, profissional de extrema importância no processo de reabilitação/recuperação no âmbito domiciliar? Como disponibilizar para estes profissionais acesso aos Epi´s (Equipamento de Proteção Individual)?
Graças à recente liberação do Conselho Federal de Medicina (emergencialmente), diminuímos o contato de nossas equipes com pacientes e familiares, através do telemonitoramento, da teleconsulta, da teleorientação ou teleinformação. Até aqui foi um grande avanço, com tudo, caso o setor da Atenção Domiciliar à Saúde não seja considerado na adoção de medidas pelas autoridades, a única solução será a devolução desses pacientes aos leitos hospitalares que desocuparam, piorando a situação prevista de escassez de leitos e o possível colapso do sistema.
Logística (transporte) e a Comunicação (telecomunicações) são fundamentais para os atendimentos domiciliares.
Esperamos que a Medida Provisória nº 926 e o Decreto nº 10.282 do Governo Federal, ambos do último dia 20 de março, sejam respeitados por todos.
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